2 de abril de 2014

Ama a Tua Dor

Ama a Tua Dor
 

Paradoxalmente, anelavas pela paz, quando edificando o bem entre as criaturas humanas, e és defrontado pela incompreensão e repúdio.
 Sentes desencanto ao constatares que os sagrados misteres a que te entregas são recebidos com acrimônias e suspeitas.
Desanimam-te os comportamentos daqueles nos quais confias, na grei onde mourejas, produzindo amarguras e mal-estares.
Entristece-te a maneira como te tratam os amigos da seara em que te movimentas, desconfiados em relação à tua entrega.
Constatas insanas competições onde deveriam multiplicar-se as cooperações, como se o labor pertencesse a cada um e a seara estivesse destituída de administrador e abandonada pelo Senhor.
Sentes cansaço e não consegues renovação íntima, diante da ausência de tempo hábil para a reflexão.
Pensavas que os corações afetuosos, que sorriem contigo, permaneceriam acessíveis ao teu nos momentos difíceis, constatando, porém, que o ego neles predomina, em relação ao coletivo no grupo em que te fixas.
 Ocorrem-te a desistência e o retorno às tuas origens, porque o paraíso que acreditavas estar ao teu alcance, na convivência com os demais servidores, é somente uma aparência com os mesmos desvãos que encontravas no anterior convívio social por onde te movimentavas.
Sofres, porque anseias pela harmonia e acalentas o sonho da plena solidariedade, que se te apresenta muito distante...
Não te esqueças, porém, de que os santos e serafins transitaram também no corpo e alcançaram esse nível de evolução porque enfrentaram equivalentes ou mais ásperas refregas.
Ninguém atinge o altiplano sem a caminhada pelas baixadas sombrias e difíceis de acesso.
Revigora-te na luta, sendo tolerante para com todos e exigente para contigo mesmo.
O reino dos céus é construído com os materiais da renúncia e da compaixão, da bondade e da comiseração, sob o patrocínio do amor.
Repara a Natureza sacudida frequentemente pelos fenômenos destrutivos que a visitam, permitindo-lhe, logo depois, renovação, exuberância e beleza na produção dos tesouros da vida.
De igual maneira ocorre na floresta humana.
Não te desencantes, pois, com os outros que, por sua vez, também se permitem frustrações em relação a ti.
Se amas Jesus e o teu objetivo é servi-lO, avança contente, conforme o fez o Irmão Alegria.
Ama a tua dor.
No momento em que o teu amor seja capaz de superar o sofrimento, sem rebeldia nem queixa, terás alcançado a meta que buscas.
A dor é um buril lapidador das anfractuosidades dos minerais duros dos vícios e dos arraigados hábitos infelizes.
Quem não enfrenta com harmonia interior os desafios da evolução, acautelando-se do sofrimento, permanece em lamentável estagnação que o conduz à paralisia emocional em relação ao crescimento íntimo.
Os caminhos do Gólgota, assim como os da Úmbria, ainda permanecem com sombras por cima e espinhos no seu leito, exigindo coragem e abnegação para serem percorridos com júbilo.
Vencê-los é o dever que a fé racional te impõe, a serviço de Jesus, a quem amas.
Se almejas alegria e bem-estar nos moldes profanos estás em outro campo de ação, mas se buscas o serviço com o Mestre de Nazaré, os teus são júbilos profundos e emoções superiores bem diferentes das habituais.
Não relaciones, pois, remoques e erros, antes aprende a retirar o melhor, aquela parte boa que existe em todos os seres humanos e enriquece-te com esses valores, sem te preocupares com a outra parte, a enferma, ainda não recuperada pelas dádivas da saúde espiritual.
Tem mais paciência e aprende a compreender em vez de censurar e exigir. Cada qual consegue fazer somente o que lhe está ao alcance, não dispondo de recursos para autossuperar-se no momento.
Jesus, modelo e guia da humanidade, conviveu com mulheres e homens bem semelhantes àqueles com os quais hoje partilhas a convivência, em labuta ao teu lado, suportando-se reciprocamente e dedicados ao amor.
Se, por acaso, sentes a sutil visita da intriga, da acusação e de outras mazelas que atormentam a sociedade, acautela-te, não lhes concedas guarida nem atenção, ignora-as e segue, irretocável, adiante.
Melhor estares na luta de sublimação, do que no leito da recuperação sob o impositivo de limites e restrições, impostos pelo processo de crescimento para Deus e para ti mesmo.
 Em qualquer situação, alegra-te por te encontrares reencarnado, portanto, no roteiro da autoiluminação.
Ama a tua dor e ela se te tornará amena, amiga, gentil companheira da existência. E enquanto amas, trabalha pelo Bem, compensa-te com as bênçãos dos resultados opimos que ofereças ao Senhor, que transitou por sendas idênticas e mais dolorosas que essas por onde segues.
Assim, continua em paz, viandante das estrelas que te aguardam no zimbório celeste.
Francisco de Assis amava as suas dores e transcendeu todos os limites, conseguindo demarcar os fastos históricos com a renúncia, a simplicidade e as canções de inefável alegria.
E Clara, que lhe seguia o exemplo sublime, impôs-se dedicação integral e, ao partir da Terra, achava-se aureolada pelo sofrimento no qual encontrou a plenitude.
De tua parte, ama também a tua dor e experimentarás incomparável bem-estar.
 
 
JOANNA DE ÂNGELIS

 

29 de março de 2014


O Retorno do Apóstolo Chico Xavier


Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.
Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.
Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.
Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.
Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.
Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências.
Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seu líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.
Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.
Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.
Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas.
As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade.
A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.
Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam a sua volta e longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na mediunidade luminosa.
Por isso mesmo, o seu foi mediunato incomparável.
...E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:
- Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.


Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco



27 de março de 2014

O Caminho

O Caminho


Diante do turbilhão de problemas e conflitos, aturdido e receoso, a um passo do desequilíbrio, indagas, sem diretriz: - Onde a via a seguir? Qual a conduta a adotar? 
Certamente, todo empreendimento deve ser precedido de planificação, de roteiro, de programa. Sem esses fatores, o comportamento faz-se anárquico, e o trabalho se dirige à desordem. 
A experiência carnal é uma viagem que o espírito empreende com os objetivos definidos pela Divindade, que a todos reserva a perfeição. 
Como alcançá-la, e em quanto tempo, depende de cada viajor. 
Multiplicam-se os caminhos que terminarão por levar à meta. 
Alguns conduzem a despenhadeiros, a desertos, a pantanais, a regiões perigosas. 
Outros se desdobram convidativos e repletos de distrações, prazeres, comodidades, engodos, passadismos. 
Poucos se caracterizam pelo esforço que deve ser envidado para conquistá-los, vencendo, etapa a etapa, as dificuldades e impedimentos. 
Uns levam à ruína demorada, que envilece e infelicita. 
Vários dão acesso à glória transitória, ao poder arbitrário, às regalias que o túmulo interrompe. 
Jesus, porém, foi peremptório ao asseverar: 
-Eu sou o caminho - informando ser a única opção para chegar-se a Deus. 
Se te encontras a ponto de desistir na luta, intenta-o outra vez e busca Jesus. 
Se te abateste e não tens ninguém ao lado para oferecer-te a mão, recorre a Jesus. 
Se te sentes abandonado e vencido, após mil tentames malsucedidos no mundo, apela a Jesus. 
Se te deparas perdido e sem rumo, apega-te a Jesus. 
Se te defrontas com impedimentos que te parecem intransponíveis, procura Jesus. 
Se nada mais esperas na jornada, recomeça com Jesus. 
Se avanças com êxito, não te esqueças de Jesus. 
Se estás cercado de carinho e amor, impregna-te de Jesus. 
Se a jornada se te faz amena, agradece a Jesus. 
Se encontras conforto e alegria no crescimento íntimo, não te separes de Jesus 
Se acreditas na vitória, que antevês, apoia-te em Jesus. 
Se te sentes inundado de paz e fé, Jesus está contigo. 
Em qualquer trecho do caminho da tua evolução, Jesus deve ser o teu apoio, a tua direção, a tua meta, tendo em mente que através d’Ele e com Ele te plenificarás, alcançando Deus. 
O mais, são ilusões e engodos. Não te equivoques, nem enganes a ninguém. 



Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. 
Livro: Momentos Enriquecedores


26 de março de 2014

Dias de Sombra

Dias de Sombra
 

"A luz divina envolve-me, e rompe as trevas exteriores que teimavam sitiar-me na amargura. Deixo-me clarear, e todas as dificuldades se desfazem, ensejando-me ver melhor o programa da existência.
 O pessimismo desaparece e a irritação se acaba.
 Estou destinado ao êxito, que buscarei com a mente enriquecida de entusiasmo.
 Banho-me de luz externa e sou luz interior."
 
 Coincidentemente, há dias que se caracterizam pela sucessão de ocorrências desagradáveis. Nada parece dar certo.
 Todas as atividades, se confundem, e os fatos se apresentam deprimentes, perturbadores.
A cada nova tentativa de ação, outros insucessos ocorrem, como se os fenômenos naturais transcorressem de forma contrária.
 Nessas ocasiões as contrariedades aumentam, e o pessimismo se instala nas mentes e na emoção, levando-as a lembranças negativas com presságios deprimentes.
 Quem lhe padece a injunção tende ao desânimo, e refugia-se em padrões psicológicos de auto-aflição, de infelicidade, de desprezo por si mesmo.
 Sente-se sitiado por forças descomunais, contra as quais não pode lutar, deixando-se arrastar pelas correntes contrárias, envenenando-se com o mau humor.
 São esses, dias de provas, e não para desencanto; de desafio, e não para a cessação do esforço.
 Quando recrudescem as dificuldades, maior deve ser o investimento de energias, e mais cuidadosa a aplicação do valor moral na batalha.
 Desistindo-se sem lutar, mais rápido se dá o fracasso, e quando se vai ao enfrentamento com idéias de perda, parte do labor já está perdido.
 Nesses dias sombrios, que acontecem periodicamente, e às vezes se tornam contínuos, vigia mais e reflexiona com cuidado.
 Um insucesso é normal, ou mesmo mais de um, num campo de variadas atividades.
 Todavia, a intérmina sucessão deles pode ter gênese em fatores espirituais perniciosos, cujas personagens se interessam em prejudicar-te, abrindo espaços mentais e emocionais para intercâmbio nefasto contigo, de caráter obsessivo.
 Quanto mais te irritares e te entregares à depressão, mais forte se te fará p cerco e mais ocorrências infelizes tomarão forma.
 Não te debatas até a exaustão, nadando contra a correnteza. Vence-lhe o fluxo, contornando a direção das águas velozes.
 Há mentes espirituais maldosas, que te acompanham, interessadas no teu fracasso.
 Reage-lhes à insídia mediante a oração, o pensamento otimista, a irrestrita confiança em Deus.
 Rompe o moto-contínuo dos desacertos, mudando de paisagem mental, de forma que não vitalizes o agente perturbador.
 Ouve uma música enriquecedora, que te leve a reminiscências agradáveis ou a planificações animadoras.
 Lê uma página edificante do Evangelho ou de outra Obra de conteúdo nobre, a fim de te renovares emocionalmente.
 Afasta-te do bulício e repousa; contempla uma região que te arranque do estado desanimador.
 Pensa no teu futuro ditoso, que te aguarda.
 Eleva-te a Deus com unção e romperás cadeias da aflição.
 Há sempre Sol brilhando além das nuvens sombrias, e, quando ele é colocado no mundo íntimo, nenhuma ameaça de trevas consegue apagar-lhe, ou sequer diminuir-lhe a intensidade da luz.
 Segue-lhe a claridade e vence o teu dia de insucessos, confiante e tranqüilo.
 
 
Joanna de Ângelis

 

25 de março de 2014

Vocação

Vocação
 

A vocação é a soma dos reflexos da experiência que trazemos de outras vidas.
 É natural que muitas vezes sejamos iniciantes, nesse ou naquele setor de serviço, diante da evolução das técnicas de trabalho que sempre nos reclamam novas modalidades de ação; todavia, comumente, retomamos no berço a senda que já perlustramos, seja para a continuação de uma obra determinada, seja para corrigir nossos próprios caminhos.
 De qualquer modo, o titulo profissional, em todas as ocasiões, é carta de crédito para a criação de reflexos que nos enobreçam.
 O administrador, o juiz, o professor, o médico, o artista, o marinheiro, o operário e o lavrador estão perfeitamente figurados naquela parábola dos talentos de que se valeu o Divino Mestre para convidar-nos ao exame das responsabilidades próprias perante os empréstimos da Bondade Infinita.
 Cada espírito recebe, no plano em que se encontra, certa quota de recursos para honrar a Obra Divina e engrandecê-la.
 Acontece, porém, que, na maioria das circunstâncias, nos apropriamos indebitamente das concessões do Senhor, usando-as no jogo infeliz de nossas paixões desgovernadas, no aloucado propósito de nos antepormos ao próprio Deus.
 Daí a colheita dos reflexos amargos de nossa conduta, quando se nos desgasta o corpo terrestre, com o doloroso constrangimento do regresso às dificuldades do recomeço, em que o instituto da reencarnação funciona com valores exatos.
 E como cada região profissional abrange variadas linhas de atividade, o juiz que criou reflexos de crueldade, perseguindo inocentes, costuma voltar ao mesmo tribunal, onde exercera as suas luzidas funções, com as lágrimas de réu condenado injustamente, para sofrer no próprio espírito e na própria carne as flagelações que impôs, noutro tempo, a vítimas indefesas. O médico que abusou das possibilidades que lhe foram entregues, retorna ao hospital que espezinhou, como apagado enfermeiro, defrontado por ásperos sacrifícios, a fim de ganhar o pão. O grande agricultor que dilapidou as energias dos cooperadores humildes que o Céu lhe concedeu, para os serviços do campo, vem, de novo, à gleba que explorou com vileza de sentimento, na condição de pobre lidador, padecendo o sistema de luta em que prendeu moralmente as esperanças dos outros. Artistas eméritos, que transformaram a inteligência em trilho de acesso a desregramentos inconfessáveis, reaparecem como anônimos companheiros do pincel ou da ribalta, debaixo de inibições por muito tempo insolúveis, à feição de habilidosos trabalhadores de última classe. Mulheres dignificadas por nomes distintos, confiadas ao vicio e à dissipação, com esquecimento dos mais altos deveres que lhes marcam a rota, freqüentemente voltam aos lares que deslustraram, na categoria de ínfimas servidoras, aprendendo duramente a reconquistar os títulos veneráveis de esposa e mãe...
 E, comumente, de retorno suportam preterição e hostilidade, embaraços e desgostos, por onde passem, experimentando sublimes aspirações e frustrações amargosas, porquanto é da Lei venhamos a colher os reflexos de nossas próprias ações, implantados no ânimo alheio, retificando em nós mesmos o manancial da emoção e da idéia, para que nos ajustemos à corrente do bem, que parte de Deus e percorre todo o Universo para voltar a Deus.
 
 
JOANNA DE ÂNGELIS
 
 

24 de março de 2014

Palavra e Jesus

Palavra e Jesus
 

A palavra, colocada a serviço da saúde, exerce inimaginável função terapêutica, oferecendo larga pauta de benefícios.
 A utilização do verbo de forma positiva faculta o otimismo, criando uma psicosfera renovadora de que se nutre o ser.
 Em face do fenômeno da sintonia, o conceito edificante produz empatia e atrai fatores benéficos, inclusive, a presença de Entidades Felizes, que se sentem motivadas a um intercâmbio edificante, mediante o qual se enriquecem os clichês mentais com paisagens novas e a organização físio-psíquica com estímulos benéficos.
 A palavra é instrumento da vida para vestir as idéias e exteriorizá-las com clareza.
 Aplicada de forma edificante, levanta o mundo, sustenta o pensamento e enriquece a vida com belezas.
 Falando, Jesus estruturou, nas mentes e nos corações, os ideais da vida eterna, de que os fatos e os exemplos por Ele vividos constituíram corolário dos incomparáveis ensinos.
 Modulando a palavra com a autoridade de que se fazia portador, impregnou os ouvintes, que jamais foram os mesmos...
 Ouvindo-O, ninguém lograva esquecê-lO.
 Dialogando com Ele, alicerçavam-se os ideais de enobrecimento humano, que mudaram o curso da História.
 Ensinando na cátedra viva da natureza, projetou luz inapagável que passou a clarear os discípulos por todo o sempre.
 Sempre usou a palavra para a construção imperecível da felicidade humana.
 Com energia ou doçura, em suave tranqüilidade ou grave admoestação, o Seu verbo sempre esteve colocado a serviço do bem e da paz.
 Maria de Magdala, atenazada por obsessores cruéis, libertou-se do aturdimento a que fora atirada, sob o magnetismo salutar do Sue verbo, desobsidiando-se.
 Simão Pedro, periodicamente influenciando por mentes perniciosas da Erraticidade Inferior, encontrou, na Sua palavra, a terapia da libertação, a ponto de poder oferecer-se integralmente ao ministério da doutrina, que dele fez o grande mártir do Evangelho.
 O gadareno, visivelmente possesso, saiu das sombras da alienação e volveu à claridade da razão ante a Sua voz.
 Lázaro retornou do profundo transe da catalepsia, atendendo-Lhe ao chamado enérgico.
 Perturbador desencarnado, contumaz na ação infeliz, silenciou, em plena Sinagoga, onde desejava gerar tumulto, repreendido pela Sua palavra severa.
 ... E falando, no monte, Jesus compôs o soberano código do amor, jamais igualado, que nunca será superado.
 Utiliza-te da palavra a fim de inspirares imagens felizes.
 O que digas, como digas, gerará clichês mentais e incidirá em ondas-pensamento, produzindo resultados conforme a intensidade emocional com que vistas a expressão verbal, favorecendo ou infelicitando aquele a quem a diriges, a ti mesmo responsabilizando.
 Faze da palavra um veículo da esperança, da paz, da saúde e do bem.
 Há demasiado verbo aplicado com o ácido da crítica, com o azedume da inveja e do pessimismo, com a labareda do ódio produzindo o mal.
 Seja tua a palavra de vida, de vida abundante.
 

JOANNA DE ÂNGELIS

 

22 de março de 2014

Humildade Sempre

Humildade Sempre

Alegra-te por fazeres parte da grandeza indescritível do Universo.
 Não te subestimes, a ponto de constituíres-te uma nota dissonante, nesta sinfonia de incomparável musicalidade.
 Busca sintonizar-te com a melodia que paira no ar, vibrante, afinando-te com a glória da vida.
 Engrandece-te na ação das coisas de menor monta; apequena-te, quando diante das expressivas realizações que promovem os pruridos da vaidade e desarticulam as peças da simplicidade.
 No contexto das expressões do Universo tu és importante, traduzindo a glória da Criação e evoluindo sem cessar.
 A humildade exterioriza o valor e a conquista pessoais.
 Ignorando-se, irradia-se e fomenta a paz em toda parte.
 Jamais te deixes engolfar pela revolta, que traduz soberba e orgulho.
 Quando alguém se permite penetrar de humildade, enriquece-se de força renovadora que se não exaure.
 Contempla as estrelas, mas não te descuides dos pedregulhos sob os teus pés.
 Sonha com os acumes esplendorosos das alturas, no entanto, não desconsideres as dificuldades-desafio da ascensão.
 O Sol, que mantém a corte de astros que o cercam, desgasta-se, lentamente.
 A Tecnologia, de tão salutares benefícios para a Humanidade, também responde pela tremenda poluição que ameaça a vida e a Natureza.
 O metal, que reluz, se consome no burilamento a que se entrega.
 Só a humildade brilha sem desgastar-se e eleva sem por em perigo.
 Muitos falam, escrevem e traçam definições sobre a humildade de que se dizem possuidores ou que propõem para vivê-la os outros.
 Sê tu aquele que passa incompreendido, porém entendendo o próximo e as circunstâncias, sem tempo para justificativas ou colocações defensivas.
 Segue a programação a que te vinculas com o bem, não descurando o burilamento íntimo, o sacrifício pessoal.
 Se outros pensam em contrário à tua atividade — cala e prossegue.
 Cada qual responde a si mesmo pelo que é e pelo que faz.
 A humildade difere da humilhação. Uma é luz, outra é treva; a primeira eleva, a segunda rebaixa.
 Investe-te da segurança, de que, na Terra, ainda não há lugar ou pelo menos compreensão, para a verdadeira humildade de que Jesus se fez o protótipo por excelência, e, olhos nEle postos, ignora o mal e os sequazes dos maus, não revidando nem magoando ninguém, embora ferido, em sofrimento intenso, na certeza da vitória plena e final, após a larga travessia pelo oceano das paixões humanas dilacerantes.
 
Joanna de Ângelis

 

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